Syrinx aruana

Syrinx aruana (nomeada, em inglês, Australian trumpet,[1] giant conch[6] ou false trumpet;[7] durante o século XX, e início do século XXI, com a concordância gramatical incorreta de seu descritor específico, lhe denominando Syrinx aruanus) é uma espécie de molusco gastrópode marinho pertencente à família Turbinellidae. Foi classificada por Linnaeus, com o nome de Murex aruanus, em 1758, na sua obra Systema Naturae. Editio decima, reformata.[3] É nativa do norte da Austrália,[1] regiões sul da Nova Guiné e da Indonésia, sendo esta considerada a maior,[8] e mais pesada,[7] concha de caramujo existente no mundo.[8] É a única espécie do seu gênero (táxon monotípico).[4][7] Sua denominação, aruanus, provém das ilhas Aru, na Indonésia.[carece de fontes?]

Syrinx aruana
Duas vistas da concha de S. aruana, indivíduo adulto, com seu opérculo no meio e com uma parte do perióstraco presente.
Duas vistas da concha de S. aruana, indivíduo adulto, com seu opérculo no meio e com uma parte do perióstraco presente.
Desenho das voltas iniciais de S. aruana. Estas conchas já se desenvolvem, assim, em suas cápsulas de ovos e se perdem no adulto.
Desenho das voltas iniciais de S. aruana. Estas conchas já se desenvolvem, assim, em suas cápsulas de ovos[1] e se perdem no adulto.[2]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Orthogastropoda
Superordem: Caenogastropoda
Ordem: Hypsogastropoda
Subordem: Neogastropoda
Superfamília: Turbinelloidea
Família: Turbinellidae[3]
Subfamília: Turbinellinae[3]
Género: Syrinx
Röding, 1798[4]
Espécie: S. aruana
Nome binomial
Syrinx aruana
(Linnaeus, 1758)[3]
Sinónimos
Murex aruanus Linnaeus, 1758
Syrinx aruanus (Linnaeus, 1758) - concordância gramatical incorreta de seu descritor específico
Fusus proboscidiferus Lamarck, 1822
(WoRMS)[3]
Megalatractus aruanus (Linnaeus, 1758)[5]

Descrição da concha e hábitos

Concha de coloração creme a alaranjada,[9][10] angular[2] e alongada, de espiral bem aparente e com a superfície de suas voltas estriada; apresentando dimensões de até 91 centímetros de comprimento e peso de 18 quilos.[7] As primeiras 8 voltas[9] apresentam um pequeno relevo ondulado de nervuras axiais e são cilíndricas, se perdendo no espécime adulto.[2][11] O seu canal sifonal é longo e ligeiramente curvo e seu lábio externo é fino.[10] Columela e interior da abertura de coloração similar ao restante da concha que, em vida, se cobre de um perióstraco marrom ou cinzento.[7] Opérculo córneo, em forma de folha.

Esta espécie é encontrada desde a zona entremarés até a profundidade de 50 metros,[8] em fundos de areia.[7] São moluscos predadores que se alimentam de vermes Polychaeta dos gêneros Polyodontes, Loimia e Diopatra. Sua fêmea cimenta cápsulas de ovos, de até 15 centímetros, a conchas,[8] rochas e corais mortos, de onde pequenos caramujos eclodem e se arrastam para longe.[12]

Distribuição geográfica

Syrinx aruana ocorre no oceano Pacífico ocidental, principalmente no norte da Austrália,[1][6] regiões sul da Nova Guiné e da Indonésia.[8]

Uso humano

A concha de Syrinx aruana pode ser utilizada como um instrumento de sopro, e até mesmo percussivo, após a retirada da área superior de sua espiral o suficiente para a colocação da boca. O resultado é um som rouquenho e que pode ser variado na medida da intensidade do sopro ou pela inserção da mão do instrumentista na abertura da concha; ou dando pequenos tapas em sua perfuração, para a percussão.[13] Também é naturalmente usada para transportar água, podendo conter, quando desenvolvida, quase três litros.[14] Em Queensland, na península do cabo York, se confeccionou um pino nasal, em forma de meia-lua, conhecido como "i-mina", que era feito de uma parte extraída da concha de Syrinx aruana e usado apenas pelos homens.[5]

Ligações externas

Referências

  1. ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 176 / 378. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0
  2. OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 202. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9
  3. «Syrinx aruana (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 11 de novembro de 2021
  4. «Syrinx Röding, 1798» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 20 de fevereiro de 2017
  5. Roth, W. E. (1910). «North Queensland ethnography» (em inglês). Records of the Australian Museum 8(1) (Internet Archive). pp. 29–30. Consultado em 20 de fevereiro de 2017
  6. «Syrinx aruanus (Linnaeus, 1758) - giant conch» (em inglês). Atlas of Living Australia. 1 páginas. Consultado em 20 de fevereiro de 2017
  7. «Australian Syrinx Trumpet Shells» (em inglês). Nature's Own Designs (Wayback Machine). 1 páginas. Consultado em 20 de fevereiro de 2017
  8. «Syrinx - the world's largest snail» (em inglês). Queensland Museum (Wayback Machine). 1 páginas. Consultado em 20 de fevereiro de 2017
  9. LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 75. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3
  10. rmgarcia_cali (27 de agosto de 2012). «Syrinx aruanus (Linnaeus, C., 1758)» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 20 de fevereiro de 2017
  11. «Syrinx aruanus picture» (em inglês). Sea Life Base. 1 páginas. Consultado em 20 de fevereiro de 2017
  12. «WHAT IS THIS?!» (em inglês). Western Australian Museum. 1 páginas. Consultado em 20 de fevereiro de 2017
  13. Yeh, Yilan (17 de outubro de 2009). «Colin Offord. Bass Conch Shell & vocals in resonant space» (em inglês). YouTube. 1 páginas. Consultado em 5 de janeiro de 2021
  14. COX, James A. (1979). Les Coquillages dans la Nature et dans l'Art (em francês). Paris: Librairie Larousse. p. 122. 256 páginas. ISBN 2-03-517101-6
This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.