Arlequim

O arlequim (em italiano: Arlecchino) é um personagem da Commedia dell'arte, cuja função no início se restringia a divertir o público durante os intervalos dos espetáculos. Sua importância foi gradativamente afirmando-se e o seu traje, feito de retalhos multicoloridos geralmente em forma de losango, mais ainda o destacava em cena.[1] Na Commedia dell'arte, forma de teatro popular italiana que também disseminou a personagem pelo mundo, o Arlequim seduz e "rouba" a Colombina do Pierrot.

 Nota: Para outros significados, veja Arlequim (desambiguação).

Existe contudo, ainda, uma versão igualmente famosa, com origem napolitana no Polichinelo.[2]

Picasso

A imagem do arlequim repete-se ao longo do trabalho de Picasso desde 1901 e especialmente desde 1905, quando quase se tornou o protagonista do assim chamado período rosa. Parece indiscutível que esse caráter da Commedia del arte, como ocorreria nos anos 30 com o minotauro, tornou-se o "alter ego" do artista de Málaga. Os especialistas de Picasso queriam ler em arlequim uma testemunha da comédia humana; um iniciado que procura transgredir e transcender as limitações do homem terreno.[3] Em 1915, Picasso fez uma série de investigações em torno do arlequim, cuja culminação, de acordo com as palavras do artista, era o Arlequim, propriedade do MoMA de Nova York . Outras pinturas famosas são: o pensativo arlequim (1901) do período azul, o tenro Arlequim de 1917, ou o retrato de seu filho Paulo, Arlequim (1924).[4]

No Brasil

Arlequim foi um personagem disseminado no Brasil principalmente através dos blocos carnavalescos de rua. O carnaval nordestino principalmente na Bahia e Pernambuco, soube transferir o fenótipo típico do bobo-da-corte para o artista brasileiro, malandro brincalhão cujas peripécias e aventuras sempre acabam prejudicando as pessoas que se relacionam com ele e, vez ou outra, resultam em lições de moral. No Carnaval, o arlequim procura pelas ruas encontrar seu par, Colombina.

Notoriedade

No folclore, o Arlequim anda invisível ou bem escondido entre as pessoas nas ruas agitadas, pode ser visto somente de relances pelos idosos, pelas damas novas e de boa educação e pelas crianças. Esses momentos tipicamente são quando o Arlequim está roubando pirulitos, balas, fumo, doces e coisas preciosas, para depois geralmente escondê-los das crianças. O Arlequim não gosta de insetos, de homens que usem bigode e de autoridades policiais. Dos quadrinhos ao cinema pode-se mencionar a Arlequina, inimiga de Batman e capanga de Coringa, sendo esta uma versão pervertida do enigmático Sr. Quin de Agatha Christie.[5]

Referências

  1. Arlequim. In Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2016. Web, 2016. Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/article/483079/Arlequim>. Acesso em: 25 de maio de 2016.
  2. Professor Lindomar. «Commedia Dell'Arte». InfoEscola. Consultado em 25 de maio de 2016
  3. Fermigier, André (1969). Picasso Le Livre de Poche, Série Art. - Librairie Génerale Française. ISBN 2-253-02455-4 .
  4. "Projeto Picasso On-line" (em inglês). Recuperado em Janeiro de 2014
  5. Harley Quin en la página oficial de Agatha Christier. Consultado en enero de 2014
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