Conflito no sul do Líbano (1982–2000)

Conflito no Sul do Líbano é um termo que se refere ao conflito armado que durou cerca de 20 anos entre as Forças de Defesa de Israel e as milícias libanesas, aliadas a grupos islâmicos de guerrilha liderado pelo Hizbollah, e ocorrido dentro da região do Sul do Líbano descrita pelos israelenses como "Zona de Segurança".[3][4] Também pode se referir à história mais longa de conflito na região, desde que a Organização pela Libertação da Palestina transferiu suas operações para o Líbano meridional, após os eventos ocorridos durante o Setembro Negro de 1971, no reino da Jordânia. Historicamente, a tensão entre os refugiados palestinos e as diversas facções libanesas fomentaram a disputa política interna no Líbano entre essas diferentes facções; por este motivo, o conflito no sul do Líbano pode ser visto como parte da Guerra Civil Libanesa.

Conflito no sul do Líbano
Conflito Israel-Líbano

Um posto do Exército israelense, em 1998, no sul do Líbano.
Data 14 de julho de 198525 de maio de 2000
Local Sul do Líbano
Desfecho
  • Amplamente visto como uma vitória do Hezbollah [1]
  • Retirada das forças israelitas do Líbano[2]
  • Consolidação da resistência sob a liderança do Hezbollah
  • Colapso e rendição do Exército do Sul do Líbano
  • Conflito nas Fazendas de Shebaa (2000–2006)
Beligerantes
Hezbollah
Amal
Jammoul
Partido Comunista Libanês
Apoio:
Irã Irão
Síria Síria
Israel
Líbano Exército do Sul do Líbano (ESL)
Forças
Desconhecidas Israel: 1 000 – 1 500 soldados
ESL: 2 500 combatentes
Baixas
1 276 mortos (1982–2000)
~ 1 000 feridos (1982–1999)
Israel: 256 mortos
840 feridos
ESL: 621 - 1 050 mortos

Entre os conflitos anteriores à invasão israelense de 1982, destaca-se a 'Operação Litani', que visava erradicar as bases da OLP do Líbano e deu apoio às milícias maronitas cristãs como retaliação aos constantes ataques da OLP à população civil da Galileia (norte de Israel). A invasão de 1982 resultou na saída da OLP do Líbano e a criação da "Zona de Segurança", no sul do país, para evitar que a população civil israelense continuasse a sofrer ataques dos militantes do outro lado da fronteira. As tropas israelenses obtiveram sucesso na erradicação das bases da OLP, e abandonaram parcialmente o território em 1985. A invasão, no entanto, agravou a intensidade do conflito com as milícias libanesas locais, e resultou na consolidação de diversos movimentos xiitas locais no Líbano, incluindo o Hizbollah e o Amal, a partir do que até então era um desorganizado movimento de guerrilha. Ao longo dos anos, o número de vítimas militares dos dois lados aumentou, à medida que ambos os lados passaram a usar armamentos mais modernos, e o Hizbollah avançou em suas táticas. Até o final dos anos 1980, Israel e seu aliado, o Exército do Sul do Líbano (SLA), enfrentariam resistência de muitas facções libanesas desorganizadas. Entre as primeiras organizações de resistência estavam a Frente de Resistência Nacional Libanesa, liderada pelo Movimento Amal e o Partido Comunista Libanês; ao longo da década de 1990 a organização, com o apoio da Síria e do Irã, assumiu o posto de potência militar e principal grupo da região, monopolizando a administração da atividade de guerrilha no Sul do Líbano.

No ano 2000, cumprindo promessa de sua campanha eleitoral, Ehud Barak, o recém-eleito primeiro-ministro de Israel, retirou as tropas israelenses do sul do Líbano,[3] de acordo com a Resolução 425 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, aprovada em 1978; este recuo resultou, consequentemente, no colapso total do Exército do Sul do Líbano, principal aliado de Israel na região.[5] Apesar dos gestos israelenses, o governo libanês e o Hizbollah consideraram a retirada incompleta até que as tropas israelenses saíssem das Fazendas de Shebaa. Após a retirada, o Hizbollah passou a controlar, civil e militarmente, a parte sul do Líbano.

A Linha Azul abrange a fronteira israelo-libanesa, uma extensão abrange a Colinas de Golã libanesa.

Ver também

Referências

  1. «2000: Hezbollah celebrates Israeli retreat». BBC News. 26 de maio de 2000
  2. Online NewsHour: Final Pullout - 24 de maio de 2000 (transcrição). "Israelis evacuate southern Lebanon after 22 years of occupation." Acessado em 15 de agosto de 2009.
  3. Hizbollah makes explosive return: Israel's proxy militia under fire in south Lebanon. Charles Richards, The Independent. 18 de agosto de 1993. Acessado em 15 de agosto de 2009.
  4. UN Press Release SC/6878. (18 de junho de 2000). Security Council Endorses Secretary-General's Conclusion On Israeli Withdrawal From Lebanon As Of 16 June.
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