Consoante pós-alveolar
As consoantes pós-alveolares ou palatoalveolares são uma categoria de consoantes coronais articuladas pelo toque da língua anterior na região entre o alvéolo e o palato duro.[1]
| Pontos de articulação |
|---|
Labial |
| Bilabial |
| Labiovelar |
| Labioalveolar |
| Labiodental |
| Dentolabial |
Bidental |
Coronal |
| Linguolabial |
| Interdental |
| Dental |
| Dentoalveolar |
| Alveolar |
| Apical |
| Laminal |
| Subapical |
| Palatoalveolar |
| Alveolo-palatal |
| Retroflexa |
Dorsal |
| Palatal |
| Labial-palatal |
| Velar |
| Uvular |
| Uvular-epiglotal |
Radical |
| Faríngea |
| Epigloto-faríngea |
| Epiglotal |
Glotal |
Esta página contém informações sobre fonética usando AFI, e podem ser exibidos incorretamente em alguns navegadores. Saiba mais |
Em uma classificação rígida, as pós-alveolares são divididas entre as palato-alveolares típicas e as retroflexas, encontradas majoritariamente nas línguas indo-iranianas e dravídicas.[1] Para além disso, cliques pós-alveolares são encontrados em línguas como o xossa.[2]
Na língua portuguesa, as consoantes palato-alveolares [ʃ], [ʒ], [t͡ʃ] e [d͡ʒ] são respectivamente encontradas nas palavras chave, jovem, tchau, dia (dialeto fluminense). Similarmente, as retroflexas [ɽ] e [ɻ] são usadas pela variedade caipira nas palavras temporal e madeira, respectivamente.[3]
Palatoalveolares
As palatoalveolares típicas são especificamente formadas pelo toque da lâmina da língua na região pós-alveolar.[1]
A seguir encontram-se exemplos de seus empregos em palavras das famílias românica e germânica:[4][5][6]
| Fone | Exemplo | |||
|---|---|---|---|---|
| AFI | Nome | Palavra | Idioma | Tradução |
| Fricativa palatoalveolar desvozeada | sheep (AFI: [ˈʃiːp]) | Inglês | Ovelha | |
| Fricativa palatoalveolar vozeada | jour (AFI: ['ʒuʁ]) | Francês | Dia | |
| Africada palatoalveolar desvozeada | cer (AFI: [ˈt͡ʃe̞r]) | Romeno | Céu | |
| Africada palatoalveolar vozeada | Dschungel (AFI: [ˈd͡ʒʊŋəl]) | Alemão | Selva | |
Retroflexas
As consoantes retroflexas são produzidas a partir do dobramento da ponta da língua pra trás, tocando assim a região pós-alveolar. Desse modo, as retroflexas, apesar de tocarem a mesma região das palato-alveolares típicas, se diferenciam a partir da região da língua usada como articulador ativo, nesse caso, a ponta.[7]
Exemplos do uso de consoantes retroflexas estão dispostos na seguinte tabela:[8][9][10]
| Fone | Exemplo | |||
|---|---|---|---|---|
| AFI | Nome | Palavra | Idioma | Tradução |
| Nasal retroflexa | garn (AFI: [ɡɑːɳ]) | Sueco | Fio | |
| Oclusiva retroflexa desvozeada | árd (AFI: [aːʈ]) | Gaélico escocês (hébridas) | Alto | |
| Oclusiva retroflexa vozeada | varde (AFI: [ʋɑɖːə]) | Norueguês | Baliza | |
| Fricativa retroflexa desvozeada | trukur (AFI: [ʈ͡ʂʊ̝kʊʂ]) | Mapundungun | Neblina | |
| Fricativa retroflexa vozeada | żona (AFI: [ʐ̻ɔn̪ä]) | Polonês | Esposa | |
| Aproximante retroflexa | eerst (AFI: [ɪːɻst]) | Holandês | Primeiro | |
| Aproximante lateral retroflexa | árla (AFI: [ɔɻɭa]) | Feroês | Cedo | |
| Vibrante simples retroflexa | bara (AFI: [bəɽä]) | Hauçá | Servo | |
Referências
- Hayes 2008, p. 9.
- Ladefoged & Johnson 2010, p. 146.
- The International Phonetic Association 1999, p. 126.
- The International Phonetic Association 1999, p. 41.
- The International Phonetic Association 1999, p. 78.
- The International Phonetic Association 1999, p. 86.
- Hayes 2008, pp. 9-10.
- The International Phonetic Association 1999, pp. 176-177.
- The International Phonetic Association 1999, p. 93.
- The International Phonetic Association 1999, p. 141.
Bibliografia
- The International Phonetic Association (1999). Handbook of the International Phonetic Association (em inglês). Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-65236-0
- Hayes, Bruce (2008). Introductory Phonology (em inglês). Chichester: Blackwell Publishing. ISBN 978-1-4051-8412-0
- Ladefoged, Peter; Johnson, Keith (2010). A Course in Phonetics (em inglês). Wadsworth: Cengage Learning. ISBN 978-1-428-23126-9