Corpo Santo (telenovela)

José Wilker deixou a Rede Globo após o estrondoso sucesso de Roque Santeiro pela oportunidade de ser diretor geral da novela.[2] Corpo Santo foi a primeira telenovela brasileira a abordar a temática da AIDS, uma doença relativamente nova e pouco conhecida na época, que gerava muitas dúvidas ainda sobre sintomas, transmissão e consequências.[3] Com isso, a novela aproveitou para fazer uma grande campanha de conscientização pelo uso do preservativo.[3] A novela também foi uma das primeiras a abordar a violência urbana e quebrar a imagem de "cidade maravilhosa" do Rio de Janeiro ao expor os diversos problemas.[1]

Algumas histórias contadas foram inspiradas em fatos reais, como o Caso Cláudia Lessin, que serviu de referência para o desenvolvimento da personagem Renata e o Caso Aída Curi, que foi o mote inicial de quando Simone chega no Rio de Janeiro.[4] Christiane Torloni teve diversos conflitos com o autor pela falta de rumo da história e os atrasos no roteiro, pedindo para deixar a trama, o qual foi resolvido com a morte da personagem.[5] Apesar da boa audiência, Reginaldo Faria e Jonas Bloch também tiveram conflitos com o José Louzeiro, reclamando que a história de seus personagens não saia do lugar, e a emissora decidiu convocar Wilson Aguiar Filho, autor da aclamada Dona Beija, para supervisionar o texto e acelerar os acontecimentos.[1]

Recém-chegada no Rio de Janeiro, Simone logo se apaixona por seu vizinho Téo, sem imaginar que ele é um produtor de filmes pornográficos ilegais. É rival de Russo – que esconde uma atração por ele – e ambos disputam para suceder Grego na liderança da distribuição internacional do conteúdo. Téo logo se interessa em fazer um filme com Lucinha, filha de Simone de 15 anos, e passa a pressionar a menina sem que a mãe saiba, quase conseguindo em dado momento da história se não fosse por um detalhe: a imagem da menina não aparece na filmagem por ela ter proteção divina. Com ajuda de sua tia-avó Maria Rita, que é espírita, Lucinha começa a entender seu dom, enquanto Simone passa a descobrir quem é o homem que colocou em sua vida.

Em paralelo há Bárbara, uma jornalista que investiga a ligação de Grego e todo o grupo na comercialização ilegal da pornografia e do tráfico de drogas, além da ligação da polícia no esquema, inclusive o delegado Arturzão. Quem também faz uma investigação secreta na polícia é o perito criminal Vidigal. No prédio de Simone mora Perdigão, síndico bonachão e mulherengo que desvia dinheiro dos condôminos e lida com o cômico ciúme da esposa Marta. Eles tem dois filhos: a romântica Estela e Carlinhos, o grande amor de Lucinha. Ainda há Isaura, empregada de Simone que sonha em desencalhar, e Marina, uma das atrizes pornôs da produtora de Grego que contrai HIV+ e passa a ser hostilizada.

Reapresentada pela Manchete em três ocasiões: na íntegra, de 5 de dezembro de 1988 a 20 de julho de 1989, às 13h; e em compacto, de 21 de janeiro a 15 de junho de 1991, às 19h30 em 121 capítulos, e de 2 de agosto a 27 de outubro de 1993, em 94 capítulos, às 18h30.

Corpo Santo representou um sucesso no Rio de Janeiro, onde garantiu a vice-liderança e teve 14 pontos de média geral.[8] A cena do assassinato da protagonista Simone rendeu 31 pontos no Rio de Janeiro.[6]