Eleições estaduais em Alagoas em 1958
As eleições estaduais em Alagoas em 1958 aconteceram em 3 de outubro como parte das eleições gerais no Distrito Federal, em 20 estados e nos territórios federais do Acre, Amapá, Rondônia e Roraima. Foram eleitos o senador Silvestre Péricles, além de nove deputados federais e trinta e cinco deputados estaduais.[1][nota 1]
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| Eleições parlamentares em | ||||
|---|---|---|---|---|
| 3 de outubro de 1958 (Turno único) Senador eleito | ||||
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| Líder | Silvestre Péricles | Arnon de Melo | ||
| Partido | PST | UDN | ||
| Natural de | São Luís do Quitunde, AL | Rio Largo, AL | ||
| Suplentes | Nelson Tenório | Teotônio Vilela | ||
| Votos | 51.816 | 50.164 | ||
| Porcentagem | 46,72% | 45,23% | ||
Titular(es) Eleito(s) | ||||
Impossibilitados, por questões de calendário, de escolher o governador de seu estado, os alagoanos concentraram suas atenções na eleição para senador cuja disputa foi polarizada entre nomes sobejamente conhecidos: Silvestre Péricles e Arnon de Melo. Eleitos para o governo estadual nos primeiros anos após o Estado Novo, eles trilharam caminhos diversos em relação à figura de Getúlio Vargas, afinal enquanto o primeiro o apoiava, o segundo figurava entre os opositores do antigo regime. Enquanto os Góis Monteiro alternavam-se no comando da política estadual, o advogado Arnon de Melo seguia carreira jornalística no Rio de Janeiro adquirindo know-how para implementar a Gazeta de Alagoas,[nota 2] todavia o eleitorado escolheu seu adversário como senador, mesmo às custas de uma disputa acirrada.
Quanto ao novo senador, este é advogado pela Universidade Federal de Pernambuco e contabilista pela Academia de Comércio de Porto Alegre.[2] Auditor de guerra nas cidades gaúchas de Erechim, Porto Alegre e São Gabriel, ao voltar para Alagoas foi redator do Diário Oficial e delegado de polícia em Maceió. Vencido na eleição indireta para governador em 1935, seria nomeado posteriormente ministro do Tribunal de Contas da União.[nota 3][3] Nascido em São Luís do Quitunde, Silvestre Péricles ingressou no PSD e foi eleito, sucessivamente, deputado federal em 1945 e governador de Alagoas em 1947.[4] Voltou à política no PSP em 1954, quando foi derrotado ao candidatar-se a senador, mandato que conquistaria em 1958 pelo PST.
Resultado da eleição para senador
Conforme o Tribunal Superior Eleitoral foram apurados 110.914 votos nominais.[1]
| Candidatos a senador da República | Primeiro suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
|---|---|---|---|---|---|
| Silvestre Péricles PST | Nelson Tenório PST | ||||
| Arnon de Melo UDN | Teotônio Vilela UDN | ||||
| Ezequias Rocha PR | Edson de Carvalho PDC | ||||
| Guedes de Miranda PSD | Ortiz Monteiro PSD | ||||
Deputados federais eleitos
São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[5][6]
| Deputados federais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
| Abraão Moura | PSP | 11.782 | 10,62% | Atalaia | |
| Aurélio Viana | PSB | 9.115 | 8,21% | Maceió | |
| Ary Pitombo | PTB | 9.089 | 8,19% | Neópolis | |
| Medeiros Neto | PSD | 7.810 | 7,04% | Traipu | |
| Sousa Leão | PSP | 6.970 | 6,28% | Recife | |
| Carlos Gomes de Barros | UDN | 6.772 | 6,10% | Passo de Camaragibe | |
| Segismundo Andrade | UDN | 6.709 | 6,04% | Pão de Açúcar | |
| Aloysio Nonô | PTB | 5.919 | 5,33% | Atalaia | |
| Luís Cavalcanti[nota 4] | PSD | 5.262 | 4,74% | Rio Largo | |
Deputados estaduais eleitos
Estavam em jogo as 35 cadeiras da Assembleia Legislativa de Alagoas.[1]
| Deputados estaduais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
| Oséas Cardoso | UDN | 3.806 | 3,43% | Viçosa | |
| Claudenor de Albuquerque Lima | PSP | 3.227 | 2,90% | Arapiraca | |
| Adeildo Nepomuceno Marques | PSP | 2.996 | 2,70% | Olivença | |
| José Pereira Lúcio | UDN | 2.515 | 2,26% | Arapiraca | |
| Luiz Gonzaga Moreira Coutinho | PSP | 2.267 | 2,04% | Delmiro Gouveia | |
| Rubens de Mendonça Canuto | PSP | 2.226 | 2,00% | Mata Grande | |
| Lamenha Filho | PSD | 1.994 | 1,79% | São Luís do Quitunde | |
| Cleto Marques Luz | PSP | 1.956 | 1,76% | Maceió | |
| Antônio Gomes de Barros | UDN | 1.892 | 1,70% | Novo Lino | |
| Elísio da Silva Maia | PSP | 1.883 | 1,69% | Campo Alegre | |
| Luiz Gonzaga Mendes de Barros | PSP | 1.883 | 1,69% | Maceió | |
| Ulisses Vitorino Botelho | PSP | 1.836 | 1,65% | Arapiraca | |
| Pedro Timóteo Filho | PSP | 1.806 | 1,62% | Piranhas | |
| Armando Moreira Soares | PSP | 1.772 | 1,59% | Maceió | |
| Antônio Guedes Amaral | PSP | 1.750 | 1,57% | Major Izidoro | |
| João Cabral Toledo | PSD | 1.727 | 1,55% | Maceió | |
| Luiz Augusto da Rocha Tenório | PSP | 1.668 | 1,50% | Pilar | |
| Remi Tenório Maia | PL | 1.625 | 1,46% | Santana do Ipanema | |
| Jorge Buarque Quintella Cavalcanti | UDN | 1.618 | 1,45% | Maceió | |
| Eliseu Teixeira Cavalcante | PSD | 1.601 | 1,44% | Murici | |
| Antônio Machado Lôbo | UDN | 1.577 | 1,42% | Palmeira dos Índios | |
| José Bezerra | PSP | 1.577 | 1,42% | Limoeiro de Anadia | |
| Mário da Costa Guimarães | UDN | 1.538 | 1,38% | São Paulo | |
| Hermann Elson de Almeida | PDC | 1.530 | 1,37% | Maceió | |
| José Lobo Ferreira | PR | 1.516 | 1,36% | Maceió | |
| Moacir Cavalcante Peixoto | PDC | 1.487 | 1,34% | Minador do Negrão | |
| João Batista de Morais | UDN | 1.464 | 1,31% | Boca da Mata | |
| Walter Dória de Figueiredo | PST | 1.455 | 1,31% | Rio Largo | |
| Cícero de Siqueira Torres | PSP | 1.442 | 1,30% | Maragogi | |
| João Malta Tavares | PSP | 1.442 | 1,30% | Junqueiro | |
| Antenor Correia Serpa | UDN | 1.441 | 1,29% | Delmiro Gouveia | |
| Tarcísio de Jesus | PL | 1.378 | 1,24% | Maceió | |
| Henrique Equelman | PTB | 1.305 | 1,17% | João Pessoa | |
| Bonifácio José Bezerra | PST | 1.143 | 1,03% | Penedo | |
| Eraldo Malta Brandão | PST | 973 | 0,87% | Mata Grande | |
Notas
- No Distrito Federal não houve eleição para governador, apenas para o Senado Federal.
- Os demais veículos que comporiam as Organizações Arnon de Melo seriam fundados em momento posterior.
- As eleições para os governos estaduais foram regidas pela Constituição de 1934 cujo Art. 3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias determinava que os membros da Câmara dos Deputados e das Assembleias Estaduais Constituintes seriam eleitos 90 dias após a nova Carta Magna e estes últimos elegeriam o governador do estado e dois senadores, convertendo-se depois no Poder Legislativo estadual.
- Renunciou ao mandato após eleger-se governador de Alagoas em 1960 e em seu lugar foi efetivado José Maria de Melo.
Referências
- «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 14 de agosto de 2016
- «Senado Federal do Brasil: senador Silvestre Péricles». Consultado em 14 de agosto de 2016
- «BRASIL. Presidência da República: Constituição brasileira de 1934». Consultado em 14 de agosto de 2016
- «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Silvestre Péricles». Consultado em 14 de agosto de 2016
- «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 14 de agosto de 2016. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013
- «BRASIL. Presidência da República: Lei nº 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 14 de agosto de 2016


