Eleições estaduais no Piauí em 1966
As eleições estaduais no Piauí em 1966 aconteceram em duas fases como parte das eleições gerais em 22 estados brasileiros e nos territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima. Em 3 de setembro houve a eleição indireta do governador Helvídio Nunes e do vice-governador João Clímaco d'Almeida e em 15 de novembro a ARENA repetiu o ocorrido na etapa anterior elegendo Petrônio Portela para senador e fez as maiores bancadas entre os oito deputados federais e quarenta e dois estaduais eleitos.[1][2][nota 1]
| ← 1962 | ||||
| Eleições estaduais no | ||||
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| 3 de setembro de 1966 (Eleição indireta) 15 de novembro de 1966 (Eleição direta) | ||||
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| Candidato | Helvídio Nunes
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| Partido | ARENA
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| Natural de | Picos, PI
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| Vice | João Clímaco d'Almeida | |||
| Votos | 31 | |||
| Porcentagem | 77,50% | |||
Titular Eleito | ||||
Após a vitória de adversários do Regime Militar de 1964 na Guanabara e Minas Gerais em 1965, o governo federal baixou o Ato Institucional Número Três em 5 de fevereiro de 1966 que impunha a eleição indireta de doze governadores[nota 2] e assim os piauienses viram seu governador subir ao poder indiretamente pela primeira vez desde o interventor Valdir Gonçalves em 1947.[nota 3] Quando da eleição indireta do governador e do vice-governador o Executivo estava às mãos de José Odon Maia Alencar, presidente da Assembleia Legislativa, pois os titulares renunciaram para concorrer ao pleito e assim a ARENA levou Helvídio Nunes e João Clímaco d'Almeida ao Palácio de Karnak e eles assumiram em 12 de setembro de 1966.[3][nota 4][nota 5]
Advogado formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Helvídio Nunes pertencia à UDN sendo eleito prefeito de Picos em 1954 e deputado estadual em 1958 e 1962.[4] Licenciado para compor a equipe de Petrônio Portela como secretário de Viação e Obras Públicas, seguiu o referido líder ao optar pela ARENA, sendo eleito governador do Piauí por via indireta em 1966. Sobre o vice-governador João Clímaco d'Almeida ele nasceu em Teresina sendo eleito vereador pelo PSD em 1948 e deputado estadual em 1950, 1954 e 1958 antes de ser eleito vice-governador de Petrônio Portela em 1962, cargo ao qual renunciou pouco antes de ser reconduzido a ele por via indireta.[nota 6]
Em 15 de novembro de 1966, Petrônio Portela venceu o padre Solon Correia de Aragão e foi eleito senador formando bancada com José Cândido Ferraz e Sigefredo Pacheco, cujos mandatos vigiam. Outrora membro da UDN e agora filiado à ARENA, o advogado Petrônio Portela nasceu em Valença do Piauí e é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.[5] Genro de Pedro Freitas, o novo representante piauiense foi eleito deputado estadual em 1954, prefeito de Teresina em 1958, governador do Piauí em 1962 e senador em 1966 ao suceder Joaquim Parente, que abdicou da reeleição e obteve uma vaga na Câmara dos Deputados.
Resultado da eleição para governador
No dia do pleito, o deputado Helvídio Nunes preferiu abster-se e recebeu 31 votos da ARENA, sendo registradas duas ausências.
| Candidatos a governador do estado | Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
|---|---|---|---|---|---|
| Helvídio Nunes ARENA | João Clímaco d'Almeida ARENA | ||||
| Fontes:[6] | |||||
Resultado da eleição para senador
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral houve 19.047 votos em branco (7,95%) e 10.238 votos nulos (4,28), calculados sobre o comparecimento dos eleitores.[2]
| Candidatos a senador da República | Candidatos a suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
|---|---|---|---|---|---|
| Petrônio Portela ARENA | Benoni Leal ARENA | ||||
| Solon Aragão MDB | Pedro Borges Filho MDB | ||||
| Fontes:[1] | |||||
Deputados federais eleitos
São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.
| Deputados federais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
| Fausto Castelo Branco | ARENA | 27.046 | 11,58% | Teresina | |
| Heitor Cavalcanti | ARENA | 23.092 | 9,89% | Paulistana | |
| Milton Brandão | ARENA | 22.447 | 9,61% | Pedro II | |
| Chagas Rodrigues[nota 7] | MDB | 17.742 | 7,60% | Parnaíba | |
| Paulo Ferraz | ARENA | 17.492 | 7,49% | Teresina | |
| Joaquim Parente | ARENA | 17.146 | 7,34% | Bom Jesus | |
| Ezequias Costa | ARENA | 14.993 | 6,42% | Barras | |
| Manoel Santos | ARENA | 14.123 | 6,05% | Bom Jesus | |
| Fontes:[1][2][7][8][nota 8] | |||||
|---|---|---|---|---|---|
Deputados estaduais eleitos
No quinquênio 1966-1971 o vice-governador João Clímaco d'Almeida presidiu a Assembleia Legislativa sendo vice-presidentes Aluísio Soares Ribeiro (1966-1970) e Djalma Veloso (1970-1971). O placar das bancadas apontava ARENA 34 x 08 MDB, ou seja, o governo detinha mais de 80% das vagas.[2]
| Deputados estaduais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
| Ribeiro Magalhães | ARENA | 5.623 | 2,40% | Piracuruca | |
| Jesus Tajra | ARENA | 5.126 | 2,19% | Teresina | |
| Severo Eulálio | MDB | 4.883 | 2,09% | Picos | |
| Sebastião Leal | ARENA | 4.685 | 2,00% | Uruçuí | |
| Wilson Parente | ARENA | 4.381 | 1,87% | Cristino Castro | |
| Filadelfo de Castro | MDB | 4.355 | 1,86% | Nova Iorque | |
| Humberto Silveira | ARENA | 4.145 | 1,77% | Jaicós | |
| Alfredo Nunes | ARENA | 4.131 | 1,77% | Regeneração | |
| Waldemar Macedo | ARENA | 4.080 | 1,74% | São Raimundo Nonato | |
| Djalma Veloso | ARENA | 4.075 | 1,74% | Valença do Piauí | |
| José de Castro | ARENA | 3.961 | 1,69% | São Raimundo Nonato | |
| Isaac Carvalho | ARENA | 3.957 | 1,69% | ||
| Antônio Gaioso | ARENA | 3.799 | 1,62% | Teresina | |
| Deusdedit Cavalcanti | ARENA | 3.757 | 1,61% | ||
| João Lobo | ARENA | 3.750 | 1,60% | Floriano | |
| Carvalho e Silva | ARENA | 3.714 | 1,59% | Teresina | |
| Afrânio Nunes | ARENA | 3.711 | 1,59% | Amarante | |
| Wilson Brandão | ARENA | 3.655 | 1,56% | Pedro II | |
| Edson Martins | ARENA | 3.647 | 1,56% | Jerumenha | |
| Edison Ferreira | MDB | 3.521 | 1,51% | ||
| Bona Medeiros | ARENA | 3.504 | 1,50% | União | |
| Solon Brandão | ARENA | 3.490 | 1,49% | Pedro II | |
| Nogueira Filho | MDB | 3.478 | 1,49% | Pedro II | |
| José Francisco da Paz | MDB | 3.470 | 1,48% | ||
| Roberto Raulino | ARENA | 3.446 | 1,47% | Altos | |
| Caio Damasceno | ARENA | 3.418 | 1,46% | Paulistana | |
| Constantino Pereira | MDB | 3.349 | 1,43% | São João do Piauí | |
| Vaz da Costa | ARENA | 3.260 | 1,39% | ||
| Nazareno Araújo | ARENA | 3.231 | 1,38% | Floriano | |
| Aluísio Ribeiro | ARENA | 3.228 | 1,38% | ||
| Wenceslau Sampaio | ARENA | 3.129 | 1,34% | ||
| Odilon Freitas | ARENA | 3.114 | 1,33% | ||
| José Ferreira de Alencar Mota | ARENA | 3.105 | 1,33% | ||
| Raimundo Urtiga | MDB | 3.073 | 1,31% | Sousa | |
| Antônio Monteiro Alves | ARENA | 3.020 | 1,29% | Pedro II | |
| Juarez Tapety | ARENA | 2.990 | 1,28% | Oeiras | |
| José Barbosa | ARENA | 2.942 | 1,26% | Altos | |
| Pedro Portela | ARENA | 2.941 | 1,26% | Barras | |
| Alberto Monteiro | ARENA | 2.920 | 1,25% | Picos | |
| Joaquim Bezerra | ARENA | 2.881 | 1,23% | Pio IX | |
| Raimundo Holanda | ARENA | 2.877 | 1,23% | Ipueiras | |
| Abdon Nunes | MDB | 2.546 | 1,09% | Valença do Piauí | |
| Fontes:[1][2][9][nota 9] | |||||
|---|---|---|---|---|---|
Eleições municipais no Piauí
Por ocasião das eleições, 113 municípios do Piauí escolheram prefeitos, vice-prefeitos e vereadores enquanto em Teresina, graças ao Ato Institucional Número Três, foram eleitos apenas vereadores.
Durante o governo Helvídio Nunes a cidade de Teresina foi administrada por Jofre Castelo Branco e Bona Medeiros. Nos demais municípios a ARENA fez cento e sete prefeitos contra seis do MDB.[2]
Notas
- Os territórios federais citados acima elegeram apenas deputados federais.
- O candidato mais votado em Alagoas não obteve a maioria dos votos válidos conforme previa a Emenda Constitucional Número Treze de 8 de abril de 1965, daí após nomear um interventor o poder militar designou o novo governador.
- Governou o estado entre 17 de março e 28 de abril daquele ano quando entregou o cargo a José da Rocha Furtado, eleito diretamente em 19 de janeiro.
- Além da Guanabara e Minas Gerais houve eleição direta para governador em 1965 nos estados de Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
- Em 1966 houve eleição indireta para governador no Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.
- Graças a um ardil da legislação retornou ao cargo que exercera no governo Petrônio Portela após vencer as eleições de 1962, sendo premiado, na prática, com uma reeleição.
- Cassado por força do Ato Institucional Número Cinco em 29 de abril de 1969, sendo proibida a efetivação de João Mendes Olímpio de Melo.
- A página oficial da Câmara dos Deputados informa que o suplente Dirno Pires foi convocado durante a legislatura, embora não informe em lugar de quem.
- O deputado estadual Alfredo Nunes e os suplentes Alberto Bessa Luz e Antônio Ribeiro Dias foram cassados pelo Ato Institucional Número Cinco num decreto assinado pelo presidente Costa e Silva em 13 de março de 1969.
Referências
- BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1966». Consultado em 7 de janeiro de 2024
- BRASIL. Tribunal Regional Eleitoral do Piauí. «Eleições Anteriores». Consultado em 7 de janeiro de 2024
- BRASIL. Presidência da República. «Ato Institucional Número Três». Consultado em 7 de janeiro de 2024
- BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Helvídio Nunes». Consultado em 13 de maio de 2017
- BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Petrônio Portela». Consultado em 13 de maio de 2017
- Redação (4 de setembro de 1966). «Helvídio ganha bem no Piauí. Primeiro Caderno – p. 16». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 7 de janeiro de 2024
- «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 13 de maio de 2017. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013
- BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 13 de maio de 2017
- Redação (14 de março de 1969). «Governo cassa 92 deputados estaduais e três federais. Política e Governo – p. 03». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 23 de junho de 2023

