Estação Ferroviária de Mafra
A estação ferroviária de Mafra é uma interface da Linha do Oeste, situada no lugar de Mafra-Gare, na freguesia de Igreja Nova e Cheleiros do município nominal, no Distrito de Lisboa, em Portugal.

| Mafra
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![]() Estação Ferroviária de Mafra | ||||||||||||||||||||
| Identificação: | 62166 MAF (Mafra)[1] | |||||||||||||||||||
| Denominação: | Estação de Mafra | |||||||||||||||||||
| Administração: | Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3] | |||||||||||||||||||
| Classificação: | E (estação)[1] | |||||||||||||||||||
| Tipologia: | D [3] | |||||||||||||||||||
| Linha(s): | Linha do Oeste (PK 33+212) | |||||||||||||||||||
| Coordenadas: | 38°53′51.02″N × 9°17′29.14″W (=+38.89751;−9.29143) | |||||||||||||||||||
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| Município: | ||||||||||||||||||||
| Serviços: | ||||||||||||||||||||
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| Coroa: | ||||||||||||||||||||
| Conexões: |
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| Equipamentos: | ||||||||||||||||||||
| Inauguração: | ||||||||||||||||||||
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Descrição
Localização e acessos
Encontra-se na localidade de Mafra-Gare, tendo acesso pelo Largo da Estação.[4] As localidades mais próximas da estação são Lexim[5] e Moinhos,[6] distando a vila de Mafra mais de oito quilómetros.[7] A estação é servida por paragens de camionagem na estrada próxima, a menos de um quarto de quilómetro mas em declive acentuado.[8]
Infraestrutura


Esta interface apresenta apenas duas vias de circulação (I e II), ambas com 272 m de extensão e cada uma acessível por plataforma de 150 m de comprimento e 90 cm de altura.[3]
O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado esquerdo do sentido ascendente, para Figueira da Foz)[9][10] e é revestido de azulejos, maioritariamente produzidos pela Fábrica de Loiça de Sacavém em 1934.[11].
Serviços
Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. tipicamente com oito circulações diárias em cada sentido, entre Caldas da Rainha ou Coimbra-B ou Figueira da Foz e Lisboa - Santa Apolónia ou Mira Sintra - Meleças; estes serviços são maioritariamente de tipo regional, havendo uma circulação diária em cada sentido de tipo inter-regional (Lisboa-Caldas).[12]
História

Século XIX
Esta interface situa-se no troço entre Cacém e Torres Vedras, que foi aberto à exploração em 21 de Maio de 1887, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[13]
Século XX
Em 1913, existiam carreiras de diligências ligando a estação à vila de Mafra e à Ericeira.[14]
Em 14 de Janeiro de 1914, a circulação foi interrompida junto à estação de Mafra, devido a um descarrilamento provocado por grevistas.[15] No dia 23, reacendeu-se a greve, tendo sido novamente descarrilado um comboio em Mafra.[16]
Em 1934, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses realizou obras de reparação parciais nesta estação.[17]
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Na década de 1930, surgiu a ideia de construir a Linha da Ericeira — uma ligação ferroviária a tracção eléctrica entre Lisboa (Carriche) e a Ericeira, passando por Loures e por Mafra.[18] A concessão provisória deste projecto foi atribuída as autarquias de Loures e de Mafra, que, em 1932, já tinham concluído os estudos.[18] Este caminho de ferro teria a mesma bitola (90 cm) do que os eléctricos de Lisboa.[19]
A exemplo de casos semelhantes outrures no país, o isolamento da estação promoveu desde cedo serviços de “diligência” entre a estação e a distante localidade nominal, primeiro de tração animal, como dito, e mais tarde com recurso a autocarros — assim nasceu a Empresa de Viação Mafrense, que em 1959 inauguraria em Mafra a sua central de Camionagem (na atual Av. 25 de Abril) com instalações de apoio ao passageiro que incluíam bilheteira autorizada a revender bilhetes para a Linha do Oeste.[20]
Século XXI
Em Janeiro de 2011, apresentava duas vias de circulação, com 273 e 275 m de comprimento; as plataformas tinham 110 e 72 m de extensão, e 70 e 65 cm de altura[21] — valores mais tarde alterados para os atuais.[3]
Nos finais da década de 2010 foi finalmente aprovada a modernização e eletrificação da Linha do Oeste; no âmbito do projeto de 2018 para o troço a sul das Caldas da Rainha, a Estação da Mafra irá ser alvo de remodelação a nível das plataformas e respetivo equipamento, prevendo-se a instalação de um sistema ATV — sinalização para atravessamento de via seguro (ao PK 33+283); manter-se-á a passagem inferior da Estrada do Paço Belmonte (ao PK 33+384).[22]
Documentação oficial publicada em finais de 2022 indicava já esta estação como tendo as vias de circulação eletrificadas em toda a sua extensão.[3]
Ver também
Referências
- (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
- Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
- «Mafra - Linha do Oeste». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 4 de Dezembro de 2016
- OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância pedonal (38,8976; −9,2915 → 38,9162; −9,2955)». Consultado em 17 de junho de 2023: 3050 m: desnível acumulado de +96−74 m
- OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância pedonal (38,8976; −9,2915 → 38,9162; −9,2955)». Consultado em 17 de junho de 2023: 2800 m: desnível acumulado de +83−32 m
- OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância rodoviária (38,89760; −9,29146 → 38,93686; −9,32751)». Consultado em 17 de junho de 2023: 8200 m: desnível acumulado de +229−155 m
- OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância pedonal (38,89760; −9,29146 → 38,89833; −9,29049)». Consultado em 17 de junho de 2023: 241 m: desnível acumulado de +3−8 m
- (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
- PEREIRA, 1995: 419
- Comboios Regionais : Linha do Oeste : Lisboa / Mira Sintra-Meleças ⇄ Caldas da Rainha / Coimbra («horário em vigor desde 2023.06.05»). Esta informação refere-se aos dias úteis.
- TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 9 de Maio de 2014
- «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 7 de Março de 2018
- MARTINS et al, 1996:253
- MARQUES, 2014:126
- «O que se fez nos Caminhos de Ferro Portugueses, durante o ano de 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1130). 16 de Janeiro de 1935. pp. 50–51. Consultado em 9 de Março de 2014
- Ornellas, Carlos de (16 de Abril de 1932). «A Construção do Caminho de Ferro Eléctrico Carriche-Loures-Mafra-Ericeira» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 45 (1064). p. 189-190. Consultado em 9 de Março de 2014
- ORNELLAS, Carlos de (1 de Fevereiro de 1932). «O Caminho de Ferro Eléctrico Carriche - Loures - Mafra - Ericeira» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 45 (1059). p. 71. Consultado em 9 de Março de 2014
- José Luís Covita: “A “Empresa de Viação Mafrense” de João Sardinha Dias: 75 anos de autocarros” Transportes em Revista 34 (2005.12)
- «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
- Corredor Complementar : Elaboração do projeto de modernização da Linha do Oeste – troço Mira Sintra / Meleças – Caldas da Rainha, entre os km 20+320 e 107+740 : PF06 - Linha do Oeste : Projeto de execução : Volume 00 – Projeto Geral : Tomo 0.4 – RECAPE : Resumo Não Técnico : v.01 2018.10
Bibliografia
- MARQUES, Ricardo (2014). 1914: Portugal no ano da Grande Guerra 1.ª ed. Alfragide: Oficina do Livro - Sociedade Editora, Lda. 302 páginas. ISBN 978-989-741-128-1
- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- PEREIRA, Paulo (1995). História da Arte Portuguesa. 3. Barcelona: Círculo de Leitores. 695 páginas. ISBN 972-42-1225-4
Ligações externas
- «Página com fotografias da Estação de Mafra, no sítio electrónico Railfaneurope» (em inglês)
- Estação Ferroviária de Mafra na base de dados SIPA da Direção-Geral do Património Cultural
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