Campeonato Mundial de Atletismo de 1993
Campeonato Mundial de Atletismo de 1993 foi a quarta edição do campeonato mundial do esporte, realizada na cidade de Stuttgart, Alemanha, sob os auspícios da IAAF, entre 13 e 22 de agosto daquele ano. As competições, que tiveram lugar no Gottlieb-Daimler-Stadion, contaram com a presença de 1 689 atletas de 187 federações nacionais.[1] Depois das três primeiras edições quadrienais em Helsinque 1983, Roma 1987 e Tóquio 1991, esta foi a primeira realizada apenas dois anos após a última, o que se seguiria dali em diante, sempre nos anos imediatamente anteriores e posteriores aos Jogos Olímpicos.
| 4° Campeonato Mundial de Atletismo 4. Leichtathletik-Weltmeisterschaften Stuttgart 1993 | ||
|---|---|---|
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| Dados | ||
| Sede | ||
| Entidade responsável | IAAF | |
| Primeira edição | Helsinque 1983 | |
| Países participantes | 187 | |
| Atletas | 1689 | |
| Abertura oficial | Presidente Richard von Weizsäcker | |
| Estádio principal | Gottlieb Daimler Stadion | |
| Duração | 13 a 22 de agosto de 1993 | |
| Site oficial | IAAF – Sttutgart 1993 | |
Um evento de alto nível técnico viu quatro recordes mundiais serem quebrados e um igualado – na semifinal do revezamento 4x100 m masculino pelos Estados Unidos – além de onze novos recordes do campeonato. Esta edição viu a última disputa dos 3 000 metros femininos, a partir de então substituída pela mesma distância disputada pelos homens, os 5 000 metros. O salto triplo feminino estreou em campeonatos e já com um recorde mundial, conquistado pela triplista russa Anna Biryukova que, com a marca de 15,09 m, foi a primeira mulher no mundo a saltar acima de 15 metros.[2] O campeonato também ficou marcado pelas excepcionais marcas obtidas pelas até então desconhecidas atletas chinesas de fundo e meio-fundo, que ganharam seis medalhas entre nove possíveis entre os 1500 m e os 10000 m, três delas de ouro, e que depois quebrariam vários recordes mundiais. As chinesas foram chamadas pela imprensa ocidental de "Exército de Ma" (em relação a seu técnico, Ma Junren, de métodos extremamente não-ortodoxos de treinamento, que incluíam uma vida em regime tipo militar, castigos físicos, impedia cabelos longos e namorados às atletas, das quais onze tiveram o apêndice removido por "problemas toxicológicos") [3] e que lançaram um clima se suspeição quanto ao eventual uso de substâncias dopantes, fato que nunca veio a se confirmar e sempre negado por Junren. Sergei Bubka, pela primeira vez representando seu país natal, a Ucrânia, ganhou pela quarta vez consecutiva a medalha de ouro no salto com vara. Stuttgart também viu o aparecimento a nível global da moçambicana Maria Mutola, que ganhou ali sua primeira medalha de ouro nos 800 metros, a única do mundo lusófono, que ganharia mais uma, de prata, com a portuguesa Manuela Machado na maratona.
No plano político, esta foi a primeira vez em que as ex-repúblicas que formavam a União Soviética competiram isoladamente como nações próprias, depois de participarem como Equipe Unificada da Comunidade dos Estados Independentes nos Jogos de Barcelona 1992. Também os atletas da República Tcheca e da Eslováquia, que antes competiam juntos pela Tchecoslováquia, pela primeira vez competiram separadamente num campeonato mundial.
Local
A sede do Mundial de Stuttgart foi o então chamado Gottlieb-Daimler-Stadion, hoje MHPArena. Construído na Era Nazista, e batizado como Adolf-Hitler-Kampfbahn, após a guerra foi rebatizado como Century Stadium e a partir de 1949 conhecido como Neckarstadion, a base do time de futebol VfB Stuttgart. Depois de uma grande modernização nos anos 80/90 em grande parte financiada pela Daimler-Benz, seu nome passou a ser oficialmente Gottlieb-Daimler em homenagem ao fundador da empresa automobilística, Em 2008 quando assumiu o nome atual depois da última modernização. O museu, a fábrica e os escritórios centrais da Mercedes-Benz ficam ao lado do estádio. [4] Com capacidade para 60.441 espectadores, o estádio hoje recebe apenas jogos de futebol.[5]
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Recordes
Quatro recordes mundiais foram quebrados, um igualado – numa semifinal – e onze novos recordes do campeonato – com duas atletas fazendo a mesma marca na final dos 100 m – foram estabelecidos.
4x100 m rasos masculino Marca conquistada nas semifinais. Na final o revezamento americano ganhou o ouro com 37.48.
100 m Gail Devers e Merlene Ottey tem a mesma marca e dividem o mesmo recorde porque os tempos oficiais só levavam em consideração até os centésimos de segundo. Devers ficou com o ouro porque venceu por 0.001s, um milésimo de segundo, de acordo com a cronometragem eletrônica.
4x100 m O mesmo ocorrido nos 100 m rasos.
Quadro de medalhas
| Posição | País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
| 1 | 13 | 7 | 5 | 25 | |
| 2 | 4 | 2 | 2 | 8 | |
| 3 | 3 | 8 | 5 | 16 | |
| 4 | 3 | 3 | 4 | 10 | |
| 3 | 3 | 4 | 10 | ||
| 6 | 2 | 2 | 4 | 8 | |
| 7 | 2 | 1 | 2 | 5 | |
| 8 | 2 | 1 | 3 | ||
| 9 | 1 | 2 | 3 | ||
| 10 | 1 | 1 | 3 | 5 | |
| 11 | 1 | 1 | 2 | 4 | |
| 12 | 1 | 1 | 1 | 3 | |
| 13 | 1 | 1 | 2 | ||
| 14 | 1 | 1 | 2 | ||
| 1 | 1 | 2 | |||
| 16 | 1 | 1 | |||
| 1 | 1 | ||||
| 1 | 1 | ||||
| 1 | 1 | ||||
| 1 | 1 | ||||
| 21 | 3 | 1 | 4 | ||
| 22 | 1 | 2 | 3 | ||
| 23 | 1 | 1 | |||
| 1 | 1 | ||||
| 1 | 1 | 2 | |||
| 1 | 1 | ||||
| 1 | 1 | ||||
| 1 | 1 | ||||
| 29 | 1 | 1 | |||
| 1 | 1 | ||||
| 1 | 1 | ||||
| 1 | 1 | ||||
| 1 | 1 | ||||
| 1 | 1 | ||||
| 1 | 1 | ||||
| 1 | 1 |
Medalhistas
Masculino
4x100 m A equipe dos EUA igualou o recorde mundial vigente – 37.40 – nas semifinais.
Feminino
100 m Gail Devers e Merlene Ottey tem a mesma marca e dividem o mesmo recorde porque os tempos oficiais só levavam em consideração até os centésimos de segundo. Devers ficou com o ouro porque venceu por 0.001s, um milésimo de segundo, de acordo com a cronometragem eletrônica.[6]
Ligações externas
Referências
- IAAF 1993
- «World Record Progression (Women)». Apulanta. Consultado em 27 de março de 2019
- «Record-breaking athletes desert gruelling regime of Ma's Army». The Independent. Consultado em 27 de março de 2019
- «Mercedes-Benz». mercedes-benz.com. Consultado em 27 de março de 2019
- «stadiumdb». Consultado em 27 de março de 2019
- Bert Rosenthal. «Athletics: Ottey the Lion Queen who roared». The Independent. Consultado em 28 de março de 2019
