Dimetil mercúrio
Dimetil mercúrio (também citado como dimetilmercúrio) é um composto químico organometálico de fórmula ((CH3)2Hg). É um líquido incolor, inflamável, e uma das mais potentes neurotoxinas conhecidas. É descrito como tendo um sabor levemente doce, embora inalação de vapor suficiente para perceber isso implicaria significativa exposição ao produto químico, o que pode ser perigoso. É extremamente perigoso, com absorção de doses tão pequenas como 0,001 mL sendo fatais. A alta pressão de vapor do líquido significa que qualquer derrame resultará em níveis perigosos de exposição aos vapores para as pessoas próximas. Sua molécula possui uma estrutura linear.
| Dimetilmercúrio Alerta sobre risco à saúde | |
|---|---|
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| Nome IUPAC | dimetilmercúrio |
| Outros nomes | Dimethylhydrargyrum (latim) |
| Identificadores | |
| Número CAS | |
| Propriedades | |
| Fórmula química | C2H6Hg |
| Massa molar | 230.66 g mol-1 |
| Aparência | Líquido incolor |
| Densidade | 3,1 g·cm–3[1] |
| Ponto de fusão |
−42 °C[1] |
| Ponto de ebulição |
93–96 °C[1] |
| Solubilidade em água | praticamente insolúvel[1] |
| Pressão de vapor | 66 hPa[1] (20 °C) |
| Viscosidade | ? cP at?°C [carece de fontes] |
| Riscos associados | |
| Frases R | R26, R27, R28, R33, R50, R53 |
| Frases S | S13, S28, S36, S45, S60, S61 |
| Ponto de fulgor | N/A |
| Compostos relacionados | |
| Outros aniões/ânions | Dietil mercúrio Difenil mercúrio Cloreto de metilmercúrio |
| Outros catiões/cátions | Dimetil cádmio |
| Página de dados suplementares | |
| Estrutura e propriedades | n, εr, etc. |
| Dados termodinâmicos | Phase behaviour Solid, liquid, gas |
| Dados espectrais | UV, IV, RMN, EM |
| Exceto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições normais de temperatura e pressão Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde. | |
Síntese, estrutura, reações
O composto foi um dos primeiros complexos organometálicos descritos, refletindo sua considerável estabilidade. É formado por tratar amálgama de sódio com haletos de metila:
Pode também ser obtido por alquilação de cloreto mercúrico com metil-lítio.
Estrutura
A molécula adota uma estrutura linear com ligações Hg-C de comprimento de 2,083 Å.[2]
Reações
A característica mais marcante do composto é a sua não reatividade em relação à água. O correspondentes compostos organocádmio e organozinco hidrolisam-se rapidamente. A diferença reflete a baixa afinidade do Hg (II) para ligantes do oxigênio. O composto reage com cloreto de mercúrio para dar o composto cloro-metil misto:
- (CH3)2Hg + HgCl2 → 2 CH3HgCl
Enquanto dimetilmercúrio é um líquido volátil, CH3HgCl é um sólido cristalino.
Uso
Dimetil mercúrio quase não tem aplicações por causa dos riscos envolvidos. Em toxicologia, ele é usado como uma toxina de referência. Também tem sido utilizado para calibrar instrumentos RMN para detecção de mercúrio, apesar de sais de mercúrio menos tóxicos serem preferidos.[3][4]
Segurança
Dimetil mercúrio é extremamente perigoso. Absorção de doses tão baixas como 0,1 mL provaram-se fatais.[5] Os riscos são agravados por causa da alta pressão de vapor do líquido.
Dimetil mercúrio atravessa látex, PVC, butyl, e neoprene rapidamente (em segundos) e é absorvido através da pele. Portanto, a maioria da luvas usadas em laboratório não fornece proteção adequada para ele, e a única precaução segura para lidar com dimetil mercúrio é quando se usa luvas laminadas de alta resistência debaixo de luvas pesadas revestidas de neoprene. Um escudo de rosto longo e trabalhar sob uma coifa (capela laboratorial) também são indicadas.[5][6]
Dimetil mercúrio atravessa a barreira hemato-encefálica com facilidade, provavelmente devido à formação de um complexo com a cisteína. É eliminado do organismo lentamente, e, portanto, tem uma tendência a bioacumulação. Os sintomas do envenenamento podem ser retardados por meses, possivelmente tarde demais para um tratamento eficaz.
A toxicidade do dimetil mercúrio foi destaque com a morte da química inorgânica Karen Wetterhahn, do Dartmouth College em 1997, meses após o derramamento de não mais do que algumas gotas do composto em sua mão, mesmo protegida com luvas de látex.[5]
MEDIDAS DE PRIMEIROS-SOCORROS.
Inalação: Remover a vitima para local com boa ventilação, no caso de incêndio. Se necessário aplicar respiração artificial. Solicitar assistência médica.
Contato com a pele: Lavar a pele em água corrente por 20 minutos, caso a irritação não ceda solicitar assistência médica.
Contato com os olhos: Lavar os olhos em água corrente por 20 minutos, caso a irritação não ceda solicitar assistência médica de um especialista.
Ingestão: Não provocar vômito. Solicitar assistência médica.
Sintomas e efeitos mais importantes, agudos ou tardios: O produto é irritante. Se ingerido pode causar irritação, asfixia e intoxicação.
Proteção para os prestadores de primeiros socorros: Usar EPI´s e desligar fontes de ignição.
Ligações externas
Referências
- Registo de CAS RN 593-74-8 na Base de Dados de Substâncias GESTIS do IFA, accessado em 30 de Março de 2008
- Holleman, A. F.; Wiberg, E. "Inorganic Chemistry" Academic Press: San Diego, 2001. ISBN 0-12-352651-5.
- Chris Singer (10 de março de 1998). «199Hg Standards». Consultado em 3 de maio de 2009
- Roy Hoffman (21 de fevereiro de 2007). «Mercury NMR». Consultado em 3 de maio de 2009
- Hazard Information Bulletin - Dimethylmercury. OSHA Safety and Health Information Bulletins, SHIBs (Boletins de Informação em Saúde e Segurança OSHA), 1997-1998 (em inglês)
- Simon Cotton, Dimethylmercury and mercury poisoning. The Karen Wetterhahn story. Molecule of the Month.
