Marcílio Marques Moreira

Biografia

Foi ministro da Fazenda do Brasil durante o governo Fernando Collor [2] de 10 de maio de 1991 a 02 de outubro de 1992 e presidente da Comissão de Ética Pública do governo Lula [3].

Vida acadêmica

Marcílio Marques Moreira, filho do embaixador Mário Moreira da Silva e Noemia de Azevedo Marques Moreira da Silva, cursou o primário e secundário em Viena, Budapeste, Rio de Janeiro e Berna[1]. Completou em 1954 o curso de Preparação à Carreira de Diplomata do Instituto Rio Branco e, em 1957, o de bacharel em direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Em 1963 concluiu mestrado em ciência política na Universidade de Georgetown, Washington D.C., com tese sobre Aspectos Sociais e Políticos do Desenvolvimento. Marcílio iniciou-se no magistério universitário em 1956, como professor de Direito Internacional na Universidade Cândido Mendes.

Em 1964 lecionou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC), e em 1975 na UERJ (ciência política), onde também exerceu entre outros os cargos de diretor do Centro de Ciências Sociais.

É membro honorário do Conselho Universitário da PUC e efetivo do Conselho de Administração da Universidade Católica de Petrópolis e do IBAM, entre outras instituições de caráter acadêmico e cultural no Brasil e nos Estados Unidos.

É Acadêmico com assento na Cadeira nº 12 da Academia Rotária de Letras da Cidade do Rio de Janeiro [4] e associado ao Rotary Club do Rio de Janeiro.[5]

Vida profissional

De 1957 a 1961 serviu como secretário na Embaixada do Brasil em Washington D.C.[6], onde exerceu também as funções de diretor temporário do Fundo Monetário Internacional e do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Foi assessor do Ministro da Fazenda na gestão de San Tiago Dantas (1963) e, até fins de 1965, assessor-geral de Operações Internacionais do BNDE.

Ao iniciar-se o governo Negrão de Lima assumiu a vice-presidência da Companhia Progresso do Estado da Guanabara - COPEG e, a partir do início de 1968, a presidência da Companhia de Desenvolvimento das Comunidades - CODESCO, empresa estadual dedicada a urbanização de favelas que ajudara a fundar. No final daquele ano licenciou-se do serviço público, sendo eleito vice-presidente do conglomerado UNIBANCO, função que exerceu até 1983, quando passou a integrar o conselho de administração do mesmo grupo financeiro.

De 1968 a 1971 foi diretor-financeiro do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e, de 1974 a 1980, membro do conselho do BNDE[7]. Exerceu de 1986 a 1991 o cargo de embaixador do Brasil junto ao governo dos Estados Unidos.[8]

Em 10 de maio de 1991, durante o governo Fernando Collor, tomou posse como ministro da Economia, Fazenda e Planejamento do Brasil, deixando o ministério em 2 de outubro de 1992.[9] Em 1993 assumiu o cargo de sub-secretário para Políticas Públicas da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (primeira administração César Maia), cargo esse que ocupou até 1995.

De 2001 a 2005 foi Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro[10] e, de 2007 a 2008, e presidente do Conselho Empresarial de Políticas Econômicas da Casa de Mauá [11].

Durante sua carreira foi membro de Conselhos de diversas empresas e entidades, incluindo BRASILPAR, PREVER, Novotel, Club Mediterranée, IBM, Coca-Cola, R.J.Reynolds, Hoechst, General Electric, Textron, Embratel, Sendas, Cia. Cataguazes-Leopoldina, Energisa, Marsh & McLennan, American Banknote, Associação Cultural do Arquivo Nacional, Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e Fundação Getulio Vargas[12].

Escritos

Autor
  • Indicações para o Projeto Brasileiro (Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro Ed., 1971)
  • Poder, Liberdade e Desenvolvimento: Indicações para o Debate Brasileiro (Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro Ed., 1980)
  • De Maquiavel a San Tiago (Brasília, Universidade de Brasília Ed., 1981)[13]
  • Confissão Liberal (Rio de Janeiro, P.E.N. Clube, 1984)[14]
  • The Brazilian Quandary (New York, Twentieth Century Fund, 1986)
  • Diplomacia, Política e Finanças: Depoimento ao CPDOC-FGV (Rio de Janeiro, Objetiva, 2001)
  • Quixote no Planalto – O resgate da dignidade em tempos adversos (Rio de Janeiro, Edições de Janeiro, 2017)[15]
Organizador
  • Perfil Parlamentar: San Tiago Dantas (Brasília, Câmara dos Deputados, 1983)
  • Atualidade de San Tiago Dantas (São Paulo, Lettera.doc, 2005)
  • Cultura das Transgressões no Brasil: Lições da História, org. em conjunto com Fernando Henrique Cardoso (Editora Saraiva, 2008)
Colaborador
  • Aggressive Unilateralism, org. por Jagdish Bhagwati and Hugh T. Patrick (Ann Arbor: The University of Michigan Press, 1990)
  • O Futuro do Brasil: A América Latina e o fim da Guerra Fria, org. por José Álvaro Moiséis (Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992)
  • In the Shadow of the Debt: Emerging Issues in Latin America (New York: The Twentieth Century Fund Press (1992)
  • Desenvolvimento, Tecnologia e Governabilidade, org. por João Paulo dos Reis Veloso (São Paulo: Nobel, 1994)
  • Brazil: At the Turning Point, editado por Colleen S. Morton (La Jolla, Institute of the Americas, 1995)
  • Diplomacia para o Desenvolvimento, 2º vol. de Sessenta Anos de Política Externa: 1930-1990 org. por José Augusto Guílhon Albuquerque (São Paulo: USP, 1996)
  • National Perspectives on the New Regionalism in the South, United Nations University, publicado por Palgrave-Macmillan Group, UK, 2000.
  • Globalização, Desenvolvimento e Equidade, Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa: Publicações D. Quixote, 2001).
  • Investimentos em Educação, Ciência e Tecnologia, organizado por Jorge Werthein e Celio da Cunha (Brasília, UNESCO, Ministério da Educação, Instituto Sangari, 2004).
  • Por Que o Brasil Não É Um País de Alto Crescimento?, org. por João Paulo dos Reis Veloso (Jose Olympio, 2006)
  • Chegou a Vez do Brasil?: Oportunidade para a Geração de Brasileiros que Nunca Viu o País Crescer, org. por João Paulo dos Reis Veloso (Jose Olympio, 2007)
  • A Crise Global e o Novo Papel Mundial dos BRICS, org. por João Paulo dos Reis Veloso (Jose Olympio, 2009)
Prefaciador
  • Brilho nos Olhos: Dez Anos de transformações na visão de grandes executivos (São Paulo: A.T.Kearney, 2003)
  • O Encilhamento: Anatomia de uma Bolha Brasileira, de Ney Carvalho (Rio de Janeiro e São Paulo: Comissão Nacional de Bolsa e BOVESPA, 2004).

Referências

  1. Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «Marcílio Marques Moreira». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 31 de agosto de 2021
  2. «Ministros de Estado da Fazenda - República». Secretaria Especial de Tesouro e Orçamento. Consultado em 31 de agosto de 2021
  3. «Marcílio Marques Moreira». Editora JC. Consultado em 31 de agosto de 2021
  4. «12 – Marcilio Marques Moreira | ABROL». Consultado em 31 de agosto de 2021
  5. https://abrol-rio.com.br/membro/marcilio-marques-moreira-2/
  6. «Marcílio Marques Moreira». Secretaria Especial de Tesouro e Orçamento. Consultado em 31 de agosto de 2021
  7. «Marcílio Marques Moreira». ri.fgv.br. Consultado em 31 de agosto de 2021
  8. «'Espero que nomeação seja repensada', diz ex-embaixador sobre Eduardo Bolsonaro - Política». Estadão. Consultado em 31 de agosto de 2021
  9. «Memorial da Democracia - Sai de cena Zélia, a gerente do confisco». Memorial da Democracia. Consultado em 31 de agosto de 2021
  10. «Marcílio Marques Moreira: crise vai impactar Brasil». Extra Online. Consultado em 31 de agosto de 2021
  11. «Embaixador Marcílio Marques Moreira recebe homenagem – ACRJ». Consultado em 31 de agosto de 2021
  12. «Marcílio Marques Moreira». ihgb.org.br. Consultado em 31 de agosto de 2021
  13. «Sobre » San Tiago Dantas». www.santiagodantas.com.br. Consultado em 31 de agosto de 2021
  14. «Confissão liberal / Marcílio Marques Moreira. - IHGB - Instituto Histórico Geográfico Brasileiro». ihgb.org.br. Consultado em 31 de agosto de 2021
  15. Eventos, Bh. «Notícia: DIPLOMATA MARCÍLIO MARQUES MOREIRA LANÇA O LIVRO "QUIXOTE NO PLANALTO", NA ACADEMIA MINEIRA DE LETRAS, DIA 25/05». BH Eventos. Consultado em 31 de agosto de 2021

Precedido por
Zélia Cardoso de Mello
Ministro da Economia, Fazenda e Planejamento do Brasil
10 de maio de 1991 — 2 de outubro de 1992
Sucedido por
Gustavo Krause
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