Olinda (navio)

O vapor Olinda foi o terceiro navio brasileiro atacado na Segunda Guerra Mundial, e o segundo a ser afundado após o rompimento das relações do Brasil com o Eixo, no dia 18 de fevereiro de 1942, ao largo do Cabo Hatteras, na costa leste dos Estados Unidos, pelo submarino alemão U-432, o mesmo que torpedeara o Buarque três dias antes, naquela mesma região.

 Nota: Se procura outros significados de Olinda, veja Olinda (desambiguação).
Olinda

O vapor Olinda, quando ainda era denominado Kennemerland
 Brasil
Proprietário Cia. Carbonífera Rio Grandense
Operador Cia. Comércio e Navegação
Homônimo Olinda, cidade do estado de Pernambuco. Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.
Construção 1905, por William Hamilton & Co Ltd, Glasgow, Escócia
Lançamento novembro de 1905
Porto de registro Rio de Janeiro
Estado Afundado em 18 de fevereiro de 1942, pelo U-432
(Heinz-Otto Schultze)
Características gerais
Classe cargueiro
Tonelagem 4 085 ton
Largura 15,3 m
Maquinário motores de tripla expansão
Comprimento 109,8 m
Calado 5,18 m
Propulsão turbinas a vapor
Velocidade 9,5 nós
Carga 46

O navio

Teminada sua construção em fins de 1905, nos estaleiros William Hamilton & Co. Ltd. (Glasgow, Escócia), foi batizado de Cara, e entrou em serviço no ano seguinte, sob a propriedade da empresa Cara SS Co Ltd (Japp & Kirby), de Liverpool.[1]

Em 1912, foi vendido para o Royal Loide Holandês (Koninklijke Hollandsche Lloyd), de Amsterdam, e rebatizado de Kennemerland. Em 1934, foi adquirido por proprietários brasileiros e, finalmente, renomeado Olinda.[1]

Tinha 109,8 m de comprimento por 15,3 m de largura, com 4 085 toneladas de arqueação bruta de registro (GRT).[nota 1] Possuía casco de aço, com potência de 1 820 HP gerada por seus motores de três cilindros com expansão tripla, o que lhe permitia alcançar a velocidade máxima de 9,5 nós.[2]

Afundamento

Fazendo a rota Pernambuco-Santa Lúcia-Nova York, o vapor, comandado pelo mestre Jacob Benemond, e carregado com 53 400 sacos de cacau e outros gêneros alimentícios (café e mamona), foi parado a tiros de canhão e de metralhadora, por volta das seis da tarde, do dia 18 de fevereiro de 1942, pelo submarino alemão U-432, algoz do navio Buarque, dias antes.[1]

Os quarenta e seis tripulantes abandonaram o navio em dois botes salva-vidas. Um sobrevivente afirmou que ninguém ficou ferido durante o ataque, mas sim por ocasião do abandono do navio. Logo após, o submarino abordou um dos botes salva-vidas, e levou alguns membros da tripulação para bordo, questionando-os acerca da carga e do destino do navio. Depois do interrogatório, a tripulação voltou aos barcos salva-vidas.[3]

Também foi observado que, durante o interrogatório da tripulação, o comandante Schultze observava o céu constantemente e, ao avistar dois aviões, determinou que o submarino imergisse rapidamente. Outro sobrevivente disse que os dois aviões foram avistados logo após o U-boot ter submergido.[3]

Entretanto, antes de evadir-se, o U-432 canhoneou o vapor, fazendo-o afundar por volta das 21 horas daquele dia. Os sobreviventes foram resgatados no dia seguinte pelo USS Dallas.[1]

O jornal brasileiro "Correio de Aracaju", relatou que o navio, pintado de cinza, viajava às escuras, mas que a bandeira do Brasil havia sido pintada ao seu lado para identificação.[3]

O ataque e afundamento do Olinda foi um dos poucos ataques em que não ocorreu nenhuma morte.

Notas

Referências

  1. Uboat.net. «Olinda». Consultado em 15 de novembro de 2010
  2. Wrecksite. «Olinda SS». Consultado em 15 de novembro de 2010
  3. Ubooatwaffe. «Olinda SS». Consultado em 15 de novembro de 2010

Bibliografia

  • SANDER. Roberto. O Brasil na mira de Hitler: a história do afundamento de navios brasileiros pelos nazistas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.

Ver também

Ligações externas

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