Língua chiquitana
O chiquitano, chiquito ou besɨro é uma língua indígena, originária dos Chiquitos e do Chaco boliviano é falada atualmente pelos Chiquitanos nas províncias de Ñuflo de Chávez, Velasco, Sandoval, Germán Busch, Ichilo e Chiquitos do departamento de Santa Cruz. Iténez do departamento de Beni e em alguns municípios brasileiros.
| Chiquitano besɨro | ||
|---|---|---|
| Falado(a) em: | Bolívia, Brasil | |
| Total de falantes: | 7.860 (2000)[1] 20.000 (2002-2008)[2] | |
| Família: | Língua isolada | |
| Escrita: | Alfabeto latino | |
| Estatuto oficial | ||
| Língua oficial de: | Bolívia | |
| Códigos de língua | ||
| ISO 639-1: | -- | |
| ISO 639-2: | --- | |
| ||
Desde a promulgação do Decreto Supremo Nº 25894, em 11 de setembro de 2000, o besiro é uma das línguas indígenas oficiais da Bolívia.[3][4]
Dialetos e variantes
Existem três grandes dialetos do chiquitano:
- o das áreas de Concepción e Lomerío (Ñuflo de Chávez), San Rafael, Santa Ana e San José (Velasco);
- o de San Javier (Velasco), e
- o de San Miguel (Velasco), que é o mais diferenciado dos demais.
Uso e distribuição

O número de falantes varia muito de uma fonte para outra; Estima-se que existam cerca de 20.000 falantes,[4] embora a etnia Chiquitana tenha entre 47.000 e 60.000 indivíduos. Se for baseada no maior número, seria a quarta língua indígena mais falada na Bolívia depois do quechua, aymara e do chiriguano.
No Brasil
Lista das comunidades chiquitano no Mato Grosso, Brasil:[5]
| Comunidade | Município |
|---|---|
| Abandonado (Sítio São Sebastião) | Cáceres |
| “Beira de Estrada” | Cáceres |
| Porto Limão | Cáceres |
| Corixa Grande | Cáceres |
| Roça Velha | Cáceres |
| Baía Bela | Cáceres |
| Morrinho | Cáceres |
| Asa Branca | Porto Esperidião |
| São Fabiano | Porto Esperidião |
| Vila Nova | Porto Esperidião |
| Acurizinho | Porto Esperidião |
| Barbecho | Porto Esperidião |
| Acorizal | Porto Esperidião |
| Fazendinha / Lagoa | Porto Esperidião |
| Nossa Senhora Aparecida | Vila Bela da Santíssima Trindade |
| Santa Lúcia | Vila Bela da Santíssima Trindade |
| Furnalinda | Pontes e Lacerda |
| Vila Nova | Pontes e Lacerda |
| Bocaina | Pontes e Lacerda |
| São Sebastião | Pontes e Lacerda |
| São José | Pontes e Lacerda |
| São Miguel | Vila Bela da Santíssima Trindade |
| São Sebastião | Vila Bela da Santíssima Trindade |
| “As Cruz” | Vila Bela da Santíssima Trindade |
| Morrinho Tarumã | Vila Bela da Santíssima Trindade |
| Santa Mônica | Vila Bela da Santíssima Trindade |
| Palmarito | Vila Bela da Santíssima Trindade |
| Matão | Vila Bela da Santíssima Trindade |
| Nova Fortuna | Vila Bela da Santíssima Trindade |
| Casalvasco | Vila Bela da Santíssima Trindade |
| Cantão | Vila Bela da Santíssima Trindade |
Fonte: Quadro publicado no PDPI – Diretoria de Assuntos Fundiários (FUNAI, 2002[6]).
Estudos e normalização
Se usa um alfabeto padronizado é usado para sua escrita [7] Já foram usadas varias escritas desde a era colonial, por exemplo, há uma de 1993, escrita por Jesús Galeote.
Classificação
Considerado por alguns uma linguagem isolada, tem sido relacionado com o tronco macro-jê.[8]
Referências
- http://www.ethnologue.com/show_language.asp?code=cax
- http://books.google.cl/books?id=FO-mRpSog0YC&printsec=frontcover&hl=es#v=onepage&q&f=false
- http://www.lexivox.org/norms/BO-DS-25894.html
- https://web.archive.org/web/20081128100352/http://butler.cc.tut.fi/~fabre/BookInternetVersio/Dic%3DChiquitano.pdf
- Santana, Áurea Cavalcante. 2012. Línguas cruzadas, histórias que se mesclam: ações de documentação, valorização e fortalecimento da língua Chiquitano no Brasil. Doutorado, Universidade Federal de Goiás. (PDF)
- FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO – FUNAI/DAF. Plano de Desenvolvimento de Povos Indígenas (PDPI) – Grupo Indígena Chiquitano, MT. Diretoria de Assuntos Fundiários: Brasília, 2002.
- Pablino Parapaino Castro, et al.: Guía del alfabeto besiro. La Paz: Ministerio de Educación, Viceministerio de Educación Escolarizada y Alternativa, 2003.
- Áurea Cavalcante Santana: «Comparações preliminares entre a língua chiquitano (Brasil/Bolívia) e o proto-jê. Ponencia en el 52º Congreso Internacional de Americanistas, en Sevilla, julio de 2006.
Bibliografia
- CIUCCI, L.; MACOÑÓ TOMICHÁ, J. 2018. Diccionario básico del chiquitano del Municipio de San Ignacio de Velasco. Santa Cruz de la Sierra: Ind. Maderera “San Luis” S. R. L., Museo de Historia. U. A. R. G. M. 61 f.
- FUSS, M.; RIESTER, J. Zúbaka. La Chiquitanía: visión antropológica de una región en desarrollo. Tomo I: Vocabulario español–chiquito y chiquito–español. La Paz: Los Amigos del Libro, 1986. 385 f.
- SANS, P. Éléments de sociolinguistique et de phonologie du bésɨro (chiquitano) : langue en danger des basses terres de Bolivie. 2010. 183 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Université de Lyon/Université Lumière Lyon 2. 2010.
- GALEOTE TORMO, J. Manityana auki besiro: gramática moderna de la lengua chiquitana y vocabulario básico. Santa Cruz de la Sierra: Los Huérfanos, 1993. 393 f.
- GIRARD, R. Documentación de la cantidad vocálica en chiquitano: algunas observacio-nes preliminares. In: GONZÁLEZ, H. A.; GUALDIERI, B. (Eds.). Lenguas Indígenas de América del Sur I. Fonología y Léxico. Mendoza: Editorial FFyL‒UNCuyo y SAL, 2012. p. 25‒38.
- ADAM, L.; HENRY, V. Arte y vocabulario de la lengua chiquita. Paris: Maisonneuve y Cia, 1880. 136 f.
- ADELAAR, W. F. H. Relações externas do Macro-Jê. O caso do Chiquitano. In: TELLES, S. V. T. de A. P. L.; PAULA, A. S. de (Orgs.). Topicalizando Macro-Jê. Recife: Nectar, 2008. p. 9‒28.
- NIKULIN, A. First person singular markers in Migueleño Chiquitano. In: REISINGER, D. K. E.; LO, R. Y.-HS. (Eds.). Proceedings of the Workshop on the Structure and Constituency of Languages of the Americas 23. Vancôver: UBCWPL, 2019. p. 62–76.
- NIKULIN, A. Indexical gender and grammatical gender in Chiquitano. Typology of Morphosyntactic Parameters, Moscou, v. 2, n. 1, p. 86–99, 2019.
- NIKULIN, A. Contacto de lenguas en la Chiquitanía. Revista Brasileira de Línguas Indígenas, Macapá, v. 2, n. 2, p. 5–30, 2019.
- Santana, Áurea Cavalcante. 2005. Transnacionalidade lingüística: a língua Chiquitano no Brasil. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Goiás. (PDF)
- Santana, Áurea Cavalcante. 2012. Línguas cruzadas, histórias que se mesclam: ações de documentação, valorização e fortalecimento da língua Chiquitano no Brasil. Doutorado, Universidade Federal de Goiás. (PDF)
Ligações externas
- Expressões chiquitanas - RONDON, Frederico. Na Rondônia ocidental. Reeditado como Livro III de Pelos sertões e fronteiras do Brasil. Rio de Janeiro: Reper Editora, 1969. p. 320.
- Alfred Métraux, 1942. Map of Eastern Bolivia and Western Matto Grosso.

